A Paróquia

Em 1877, as primeiras famílias católicas que residiam na área hoje compreendida pelo bairro São Raimundo – à época, isolado de Manaus (ainda não havia a ponte Senador Fábio Lucena).

Fizeram um pedido a Igreja Matriz da Capital: o envio de um padre para celebrar missas naquele lugar, em um barracão de madeira e palha.

A primeira celebração Eucarística realizada no bairro foi conduzida pelo padre Raimundo Amâncio de Miranda, vigário da Igreja Nossa Senhora dos Remédios. Foi esse religioso que trouxe a imagem do Santo.

Decorridas duas décadas, em 1899, o padre Manoel Florêncio lançou a pedra fundamental da igreja, mas, sua inauguração aconteceria somente mais de trinta anos depois, em 25 de dezembro de 1935, pelo bispo Dom Basílio Manoel Olímpio Pereira, e com as obras ainda incompletas.

A Paróquia de São Raimundo foi criada no dia 15 de dezembro de 1941, por Dom João da Matta Andrade e Amaral, entregando sua direção ao Pe. Henrique Klein – primeiro pároco dessa paróquia, da Congregação dos Padres Espiritanos. No dia 1° de maio de 1948, os Padres do Espírito Santo, da Província Alemã, deixaram a paróquia e a entregaram aos confrades da Província Holandesa.

Quanto ao templo, sua construção foi definitivamente concluída em 1953, após receber os ladrilhos e forro.

A história da origem do bairro está muito ligada à experiência de fé do povo e da presença da Igreja na vida e missão.

O bairro nasceu numa área de terra medindo 376.954 m2, adquirida pela Diocese do Amazonas, do Governo do Estado, conforme consta do Registro de Imóveis do 2° Ofício, fls. 270 do livro 3-C, e título definitivo expedido no dia 9 de março de 1921. Segundo informa o Pe. Humberto Neuwissen, com a propriedade objetivava a Igreja constituir o patrimônio inicial do Seminário São José, na época o Bispo era Dom Lourenço da Costa Aguiar.

Todas as pessoas que aqui edificavam suas casas, pagavam uma certa importância por mês, a qual denominavam foros da Igreja. Durante muito tempo era administrador e cobrador, em nome da Diocese, o Sr. Belmiro Bernardo da Costa, que escrupulosamente cumpriu seus deveres durante 30 anos.

Conta, ainda, este cronista: “Do Estado do Ceará veio para cá o Sr. Bernardino de Sena com sua família. Ele se desenvolveu como líder católico e foi ele que convidou o primeiro padre para celebrar uma missa no local, onde já havia várias casas construídas.

O bairro passou a ter o nome de São Raimundo por causa do curso da história de evangelização, a partir da chegada da pequena imagem.

Foi em 1878 que veio para celebrar a missa o Padre Raimundo Amâncio de Miranda e trouxe para cá uma imagem de São Raimundo Nonato, de 40 centímetros de altura. Na ocasião das missas e das festas, esta imagem era colocada sobre o altar. Quando o padre deixou de visitar o bairro, não levou a imagem, mas deixou-a na casa de um dos moradores. Devido a essa imagem deu-se mais, tarde ao cemitério o nome de Cemitério São Raimundo, recebendo depois o bairro a mesma denominação. Em 1833, Padre Carlos, conhecedor da história da imagem, obteve-a e colocou-a na capela. Antes da criação da paróquia os moradores de São Raimundo recebiam assistência espiritual dos padres que trabalhavam no centro de Manaus, na Catedral e nos Remédios.

O templo, inaugurado no dia 25 de dezembro de 1935, passou a ser a matriz da paróquia. Foram construídas, ainda, a Capela de Nossa Senhora da Glória, com movimento diário; a Capela de Santo Antônio, com assistência semanal, e no interior, 6 capelas na região do Janauacá. 3 na Costa do Solimões, 10 na região do Manaquiri e 10 ao longo do rio Negro, que receberam assistência da Paróquia até 1975.

Um destaque das atividades pastorais foi a introdução na Arquidiocese de Manaus, dos Encontros de Casais com Cristo, que, em janeiro de 1979, trazidos das Dioceses de Franca e Marília, dali se expandiram para várias paróquias de Manaus. A Paróquia São Raimundo foi a primeira a realizar este Encontro em Manaus.

Durante muitos anos os padres da Congregação do Espírito Santo conduziram a missão da Igreja na Paróquia São Raimundo Nonato.

A realização da missão evangelizadora destes padres foi dando frutos e se expandindo, graças a presença da oração e círculos bíblicos.

A principal comemoração realizada pela Paróquia é a festa do dia dedicado a São Raimundo Nonato – 31 de agosto – com procissão pelas ruas do bairro, em seguida a missa. (texto retirado do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte).

Um grupo de jovens começou a evangelizar no terreno adquirido pela Igreja, próximo ao Cemitério de Santa Helena, cujo nome anteriormente era São Raimundo.

A este grupo de jovens deram o nome de Juventude Integrada Maria Assunta (JIMA) por causa da presença das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria no bairro de São Raimundo. Este grupo foi oficializado em 19/02/1999.

Beata Maria Assunta fazia parte da congregação e devido a sua história de oblação de sua vida por Cristo e pela fé foi beatificada por Pio XII, no dia 7 de novembro de 1954. E continuando os encontros neste espaço, o núcleo passou a chamar-se de Centro Comunitário Maria Assunta.

Também a Igreja se fez presente na Casa do Idoso da Sociedade dos Vicentinos celebrando e rezando em uma pequena Capela. A Capela de São Vicente de Paulo teve sua reconstrução em janeiro de 1986.

Cada uma delas tem sua história na unidade e diversidade centrada na força do Evangelho. Nelas existem diversos serviços e pastorais e movimentos e tem sua equipe de coordenação que se reúne periodicamente com os responsáveis destes grupos por meio do conselho pastoral comunitário (CPC).

A comunidade de São Raimundo foi a última a constituir coordenação própria. Ela se confundia com a Paróquia.