VAMOS FALAR SOBRE O DÍZIMO?

Muitas são as dúvidas que giram em torno do dízimo, não é mesmo? Qual a maneira correta de contribuir? Qual o valor do dízimo? Por que ele é necessário? Qual a fundamentação bíblica do dízimo?

Nosso objetivo hoje não é responder a todos os questionamentos sobre esse assunto, mas, lançar algumas luzes sobre as questões relacionadas ao dízimo. Continue a leitura para saber mais sobre o tema.

Afinal, o que é dízimo?

Conforme o documento 106 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que trata sobre esse tema, o dízimo é uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por meio da qual é assumida a sustentação da comunidade e também da Igreja de uma maneira geral.

Ou seja, o dízimo deve ser uma contribuição permanente, feita de maneira mensal ou anual, dependendo da maneira como a pessoa recebe seus rendimentos.

Ainda segundo a CNBB, o dízimo é um compromisso de fé, ele está relacionado ao nosso relacionamento com Deus.

Nossa relação com o Criador não deve ser apenas espiritual, ou sentimental, mas deve perpassar todas as dimensões e áreas de nossas vidas, dessa forma, nosso compromisso com Ele passa também pela área financeira do nosso dia a dia.

Por isso, o dízimo exprime também um compromisso moral, sendo uma decisão pessoal de cada fiel. Por meio do dízimo, os fiéis assumem também a participação na vida da comunidade.

Qual a fundamentação bíblica do dízimo

Tudo o que temos, tudo o que somos, toda a Terra, pertence ao nosso Senhor, conforme Ele mesmo nos revela em sua Palavra: “a Terra é minha, e vós estais em minha casa como estrangeiros e hóspedes” (Lv 25, 23b).

Dessa forma, a contribuição, partilha ou devolução do dízimo nasce de um coração agradecido a Deus por tudo o que Ele nos proporciona.

Já no livro do Gênesis (17, 18-20) percebemos que Abraão decidiu dar a Melquisedeque (sacerdote do Senhor) o dízimo de todos os despojos de sua vitória.

No mesmo livro, em 28,18-22, podemos notar que Jacó, neto de Abraão, também decidiu devolver ao Senhor, o dízimo de tudo o que recebeu d’Ele.

Também no decorrer de outros livros do Antigo Testamento, notamos que o dízimo é um preceito do povo judeu (Lv 27,30), que deve ser observado, porém, não apenas como uma obrigação, mas com o verdadeiro sentido da gratidão a Deus (Cf. Amós 4,4-5).

Já no Novo Testamento, constatamos que os bens dos cristãos eram postos em comum por uma livre decisão: “Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um” (At 2, 44-45).

Você conhece as dimensões do dízimo?

Ainda conforme a CNBB, no documento 106, o dízimo possui quatro dimensões, a dimensão religiosa, dimensão eclesial, dimensão missionária, dimensão caritativa.

A dimensão religiosa está relacionada com a vivência da fé e a relação do cristão com Deus. Essa dimensão nos recorda que tudo o que recebemos, de uma certa maneira, vem de Deus, e por isso devemos “devolver” uma parte a Ele, como forma de gratidão.

A segunda dimensão do dízimo é a dimensão eclesial. Tem relação com a consciência de que somos membros da Igreja, ou seja, a Igreja é de todos nós. Por isso, somos responsáveis para que a comunidade disponha do necessário para a realização das celebrações e para as outras atividades eclesiais que nela acontecem, bem como pela infraestrutura necessária para sua manutenção.

Já a dimensão missionária diz respeito à partilha de recursos entre uma paróquia e outra e até mesmo entre dioceses diferentes. Dessa forma, o dízimo é uma ajuda a outras comunidades que porventura não tenham recursos suficientes para sua subsistência. Essa dimensão nos recorda que somos todos irmãos e todos membros do mesmo corpo místico de Cristo.

Por último, temos também a dimensão caritativa do dízimo. Essa dimensão se manifesta no cuidado com os mais pobres, aqueles que mais precisam de nosso auxílio. De fato, a Igreja sempre se apresenta como um braço da misericórdia de Deus, e essa misericórdia se manifesta por meio de pessoas generosas que partilham um pouco daquilo que possuem com aqueles que necessitam.

Contribua com a comunidade

Agora que você compreendeu um pouco sobre as dimensões do dízimo, entendendo para quais áreas ele se destina, que tal fazer também essa experiência de partilhar com a sua paróquia aquilo que você recebeu generosamente das mãos do Senhor?

Informe-se na secretaria de sua paróquia sobre os passos necessários para que você também possa assumir seu papel na construção de uma Igreja cada vez mais missionária e comprometida com cada irmão e irmã.

Esperamos que esse conteúdo tenha lhe ajudado a compreender qual a fundamentação, as dimensões e o papel do dízimo na vida da Igreja. Conte sempre conosco.

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